sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Minc Recebe Endidades juninas do Brasil


MinC recebe entidades de quadrilhas juninas

Gestores do Ministério da Cultura (MinC) receberam, na tarde dessa quarta-feira (13), integrantes da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq), instituição que representa, preserva e fomenta, em 20 estados do País, essa importante expressão da cultura popular nacional. Cerca de 40 integrantes de diversas quadrilhas associadas estiveram presentes ao auditório Ipê Amarelo, na sede do MinC, em Brasília, tendo viajado de estados como Tocantins, Piauí, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Rio de Janeiro para participarem do encontro, cujo objetivo era de apresentar as pautas da categoria.
"Para nós, quadrilheiros do Brasil, é uma honra estar aqui. Do Nordeste ao Sudeste, do Sul ao Norte, o Brasil guarda cerca de 1 milhão de brincantes em todos os cantos, perpetuando este movimento cultural. Somos também milhares de profissionais envolvidos. Desejamos o reconhecimento e o apoio necessários", ressaltou o presidente da Confebraq, Carlos Brito.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, foi representado pelo assessor Frederico Maia. "Particularmente, entendo que o São João é a festa popular mais importante do País. Precisamos, dentro de nossas possibilidades, construir uma política que atenda as quadrilhas juninas", opinou Frederico. "Nós, do Ministério, sabemos o que vocês fazem, e claro que precisamos entender ainda mais. Mas vocês precisam entender o que faz o Ministério também. Há uma série de políticas que vocês têm de operar junto conosco, para que atuem de modo a serem beneficiados pela lógica da política cultural que já está à disposição", disse ele, listando programas como a Política Nacional de Cultura Viva. 
Frederico Maia reforçou a importância de uma construção conjunta de mecanismos de fomento específicos para as quadrilhas, que, segundo sua opinião, têm um volume extraordinário inclusive para as dimensões do MinC. Ele também destacou a importância da articulação dos diferentes entes federativos nesse processo. "Temos de convocar outros ministérios, vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, Presidência da República", finalizou. 
Outro ponto debatido durante o encontro foi o potencial econômico da atividade quadrilheira. Segundo Carlos Brito, R$ 200 milhões são injetados por ano na economia de diversas cidades a partir da atuação das entidades credenciadas. "Mas para chegar lá, cada quadrilheiro batalha com suas rifas, festinhas e outras formas de arrecadação de recursos. É assim que as quadrilhas se mantêm", explicou Carlos, que foi completado por Eudes Ribeiro, diretor de comunicação da Federação Piauiense de Quadrilhas (Fepiq): "Quem patrocina as quadrilhas é o amor dos quadrilheiros", afirmou.
Representando a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC), a assessora Rejane Nóbrega chamou atenção para a cadeia produtiva que as quadrilhas mobilizam e para o movimento social a elas associado. No mesmo caminho, o diretor de Gestão de Mecanismos de Fomento da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), Leonardo Hernandes, destacou como as festas juninas são um exemplo da força da economia criativa brasileira.
Flavio Henrique, presidente do Arraial Coração Nordestino, do Rio Grande do Norte, reivindicou: "Precisamos de mais aproximação com o Ministério. Viemos até aqui custeando as viagens do nosso próprio bolso porque isso é importante para nós. Precisamos que a discussão nos gabinetes seja feita com a gente. É esse povo que sabe o que tem de ser feito".
Arraial nas Olimpíadas
Já Rodrigo Silva, diretor da Associação Cultural Festrilha do Rio, do Rio de Janeiro, apresentou uma proposta: "Nós vamos protocolar um projeto para realizar um grande arraial durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Os olhos do mundo estarão lá e nós queremos ser vistos". A demanda por visibilidade foi citada ao lado de uma lista que incluiu a realização de um edital regular para as quadrilhas, o apoio à circulação nacional e internacional, a capacitação técnica, o reconhecimento como patrimônio imaterial e um diálogo mais próximo com o MinC. Uma agenda de próximos passos foi montada e será continuada ao longo do ano.
"Esta reunião marca então o início de uma agenda de trabalho para a construção de uma política cultural para as quadrilhas juninas brasileiras, tão ricas em aspectos sociais, culturais, comunitários", resumiu o chefe de gabinete da Sefic, Raphael Valadares.
Paula Berbert
Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura
Ministério da Cultura